quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Candido Portinari - Guerra e Paz

" Os painéis Guerra e Paz representam sm dúvida o melhor trabalho que já fiz..." - Candido Portinari, Agencia Reuters, 1957

Hoje dia 6 de janeiro de 2011 foi o último dia da exposição dos painéis Guerra e Paz de Portinari, foi trazido da ONU para ser restaurado, e ficou exposto desde 21 de dezmbro de 2010 no Teatro Munincipal do Rio de Janeiro.
Foram sessões de 2 em 2 horas sendo o primeiro horário as 14 horas.
Não podia perder essa oportunidade incrível, cheguei ao teatro as 10:30 e só as 2:30 conseguimos entrar para assistir a exposição.
Nunca tinha tido a oportunidade de conhecer o teatro municipal, e recomendo a todos que se interessam por arte, o teatro foi reformado em 2010 e está lindo, uma bela arquitetura.
Quanto a exposição, foi feito um vídeo sobre guerra e paz com trechos escritos por Portinari e narrados pela atriz Fernanda Montenegro, um texto lindo de fazer emocionar. Depois uma iluminação simplesmente perfeita trazia como efeito 3d as pinturas. As imagens pareciam saltar do quadro até a platéia.
Os painéis trasmitem emoção, parecem conversar com você.

" Se tais pinturas não se gravarem por toda a vida na tela interior, é que não mereciamos tê-las visto. Usando a linguagem da Obra de arte, que é uma alegria perfeita mesmo quando nos expões o pranto e a solidão mortuária, Portinari nos diz: Olha, vê bem, penetra o fundo destas imagens e escolhe." - Carlos Drummond de Andrade, 1956
Abaixo os painés Guerra e Paz

Sobre o Artista:

- ItálicoCandido Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903 no interior do estado de São Paulo. Viveu sua infância em Brodowski e, aos 15 anos saiu de sua terra natal para o Rio de Janeiro, com papel e cores em punho para a imensa aventura de pintar uma pátria.
Sem curso primário completo, à custa de muita obstinação e talento, tornou-se um dos mais famosos pintores das Américas. Com sua morte prematura, aos 58 anos, Portinari deixou um legado de mais de 5 mil obras murais, afrescos e painéis, pinturas, desenhos e gravuras, que representam uma síntese crítica de todos os aspectos da vida basileira de seu tempo. Durante toda sua vida, o pintor esteve as voltas com o contraponto entre o drama e a poesia, evoluindo no tempo, do regional para o universal.
Quando recebeu o convite para realizar os painéis Guerra e Paz, Portinari já estava proibido de pintar pelos médicos, que tentavam amenizar o processo de envenenamento pelas tintas. Mas o pintor não recuou ao desafio e ao maior trabalho de sua vida. Portinari faleceu em 6 de fevereiro de 1962.

"... uma pintura que não fala ao coração não é arte, porque só ele a entende. Só o coração nospoderá tornar melhores e é essa a grande função da arte. Não conheço nenhuma grande Arte que não esteja intimamente ligada ao povo.
As coisas comoventes ferem de morte o artista e sua única salvação é retrasmitir a mensagem que recebe. Eu pergunto quais as coisas comoventes nestemundo de hoje? Não são por acaso as tragédias provocadas pelas injustiças, pela desigualdade e pela fome? Haverá na natureza qualquer coisa que grite mais alto ao coração do que isso?..." - Trecho proferido por Portinari a intelectuais e artistas em BUenos Aires, 1947

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